(Monólogo Harpa, Cena nº 18)
Era madrugada e a chuva fina molhava devagar a janela do meu quarto. Fechei as cortinas para dar à luz um tom cristal. Depois retornei a cama e deitei-me devagar. Olhei ao redor do quarto e estava tudo calmo e sereno, facilitando ouvir a respiração pausada.
As paredes em tom pastel e as cortinas bem arrumadas deixavam um ar de penumbra e solidão. Tinha encantamento também na meia luz que tomava todo ambiente. Os quadros lembravam um viver colonial e os móveis acompanhavam o bom gosto.
Senti então falta da música. Pensei: O 'Andrea' (o Bocelli) cairia bem agora, neste momento meu que compartilho apenas comigo! Levantei-me devagar da cama bem arrumada para não correr o risco de quebrar toda preparação iniciada.
Escolhi com carinho a música italiana, escolhi como sempre alguma que me toma o corpo todo e me faz viajar por trilhas ainda inexploradas.
Escolhi com carinho a música italiana, escolhi como sempre alguma que me toma o corpo todo e me faz viajar por trilhas ainda inexploradas.
O Andrea começou a cantar e eu retornei a cama. Olhei para mim e percebi a beleza na tez branca, sem manchas, sem arranhões, sem vacilos e vi o quanto as curvas que tenho podem deixar um homem louco, confuso, perdido e querendo se encontrar!
E então toquei em cada pedacinho de mim... Cada pedacinho um todo de mim! E desfrutei da beleza de ser mulher, de sentir-me mulher, fazer-me mulher! Eu amo ser quem sou e isso é inteiro, é intenso e é mágico também!
Fiquei por alguns instantes a me perguntar: ‘O que faz um homem não desfrutar de tamanha doçura, quentura de partes?’ Depois desistir de ficar pensando porque se não desfruta é porque gosta da fruta que se assemelha a ti. Conclui!
E por falar em fruta as que eu mais gosto são ‘uva’ e ‘caqui’. São delícias que devemos apreciar com calma. A calma aqui é muito necessária! E os dedos de uma mulher sabem o que a calma pode provocar!
Nada de pressa para não perder o doce suave do mel que toma os dedos nos lábios e os lábios no corpo numa mistura profana e sagrada d'onde repousa o corpo sedento de não paz e prazer - em um mesmo paraíso!
Nada de pressa para não perder o doce suave do mel que toma os dedos nos lábios e os lábios no corpo numa mistura profana e sagrada d'onde repousa o corpo sedento de não paz e prazer - em um mesmo paraíso!
Por falar em paraíso, uma mulher bem sabe quais são e onde ficam os paraísos que ela tem! Sabe também dos atalhos, daquele jeitinho que pode dar em momento em que o tempo parece não querer colaborar!
Neles existem o gosto de frutas que se come com as mãos e se saboreia com os dedos molhados de saliva, produto da língua no afã de sentir!
Neles existem o gosto de frutas que se come com as mãos e se saboreia com os dedos molhados de saliva, produto da língua no afã de sentir!
Depois então de sentir as frutas em mim e eu repleta do sabor que elas proporcionam, e, de sentir as delícias em carícias que as mãos nos permitem, respirei aliviada e flutuando, dormi sem vontade de acordar e quando acordei desejei retomar o sonho aquele que me levou para dentro de mim e me fez aguar de amor!
Minha Noooooooossssa Senhora!!!!
ResponderExcluirCaramba, Josi....
Seu texto fez meu corpo ebulir mesmo sob efeito de anestésicos e analgésicos tão fortes....
Amo leitura assim... Que não mexe apenas com a mente da gente, mas que mexe com o corpo inteiro sedento de frutas tão doces para refrescar os lábios mais secos...
Bjaum, minha linda!!!
Parabéns
Tiago Paim