(Monólogo Harpa, Cena nº 26)
Faz tempo que não me encontro assim: Abraçada com a felicidade!
Nossa como é prazerosa a sensação de sentir e de viver isso assim desse jeito, repleto de chamego que o momento nos dá!
É tão bom que só consigo trazer para meus braços os abraços vindos de ti. E como você vem... Nossa, você vem de uma maneira tão especial, tão indescritível que, muitas vezes, fechamos os olhos para não vermos o tempo passar!
Nossos abraços são como aquele vinho antigo, guardado de modo especial, naquele lugar que somente nós dois sabemos!
Como me sinto infinita quando encontro-me abraçada, enroscada em ti... E você, ainda ontem, disse-me em pergunta:
“Para que pensar no tempo que acontece lá fora se o tempo que acontece aqui dentro de nós, nos toma por completo e nos felicita por estarmos vivos, vivendo nesse ninho de carícias, no qual os abraços são laços, são encontros de uma vida?”.
Na verdade, gostamos tanto de nos abraçar que, às vezes, faltam-nos braços, sobram-nos desejos, borboletas voam em torno de nós e a música nos leva para lugares que não podemos contar.
Ainda ontem, depois do jantar, a música tocava suave, convidativa e perigosa quando, de repente, sem que eu esperasse, você me perguntou com os olhos e com a boca:
“O que é que eu faço que te deixa mais excitada, com vontade de muito mais?”
E, eu meu amor, respondi sem muito pensar, com muito a querer e com muito sentir que:
“O que mais me excita é receber você em torno de mim, ‘’futucando’’ em meus cabelos, contornando minhas costas, procurando minha cintura, trazendo-me para perto, e, mais perto, e, mais perto, deixando-me presa sem vontade de fugir, com vontade de amar, sem nenhum tempo medir!”.
E, você, mais enroscado ainda em mim, me revelou que eu sempre te ‘pego de jeito’ com minhas palavras inteiras, repletas de nós, sem meia verdade, sem pudor que permita a proibição repousar!
Nossos abraços, um fogo puro, reflexo de uma paixão que quer se tornar um algo a mais, que quer repousar segredos, que deseja encontros de pernas, que silencia depois do amor, que não quer cobertor, posto que não quer encobrir a parte de nós que nos torna ‘um’ apesar de sermos 'dois'!
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